Arrasta a sandália
Sou esperta, menina! Na sexta, resolvi não trabalhar de carro.O trânsito na Sampa que os novos velhos baianos gostam é especialmente maluco beleza nesse dia - deve ser a ânsia de chegar ao happy ou em casa que leva tantos carros às avenidas.
Pois! Fui de metrô e táxi. Tudo certo até aí. Aliás, o dia transcorreu numa correria doida, mas dentro da normalidade destes tempos comemorativos (falando nisso, você que me lê, twitte com #senna50 ou entre no www.senna50.com.br e ajude a construir o maior cartão de aniversário do mundo. É, mano! O cara faria 50 anos dia 21 agora). Voltando... como eu dizia, estava tudo indo nos conformes. Mas como eu tinha de sair mais cedo, pouco antes das 18h fui fechando o micro, escovei os dentes, fiz o xixi pré-saída e acreditei que chegaria em casa lá pelas 18h30, pra arrumar as coisas porque às 20h30 meu namorido me pegaria em casa - é o findi de visitar o filhote em Uberaba. Ueba!!!
Lá fui eu, calçando sandálias de tirinhas com saltinho médio.
Vi que o trânsito já estava parado nos arredores da rua Pinheiros. Caminhei um pouco para fugir do miolão e pegar um táxi. Mas pra fugir desse miolão ensebado, andei uns 8 quarteirões - que sandalinha danada!
Peguei o dito e pedi que me deixasse na estação do metrô Clínicas. Mais 15 minutos de carro, com certa lentidão na Teodoro Sampaio.
Quando cheguei no metrô, fiquei animada. Agora seria rápido e fácil... quê????!!!!! Três ou quatro filas sem fim de pessoas irritadas se formavam desde a entrada da estação para conseguir passar pela catraca. Ouvi os comentários de que a passeata dos professores estava rolando na avenida Paulista, o que impediu a circulação dos ônibus...logo, todos resolveram ir de metrô.
"Não... eu não vou me irritar..." era a frase mantra que repeti por vezes, mais que p.. da vida.
Sai do metrô na primeira passagem que vi, antes de ser engolida pela fúria da multidão que aumentava.
Era a Dr. Arnaldo, todinha parada. Ônibus vazios e uma gentarada andando a pé.
Naquela hora eu dei graças a Deus por ter tido a inspiração matutina de não ir trabalhar de carro.
Mas me percebi sem qualquer solução a não ser seguir as pessoas, a pé, sobre minha sandalinha salto médio de tirinhas, que insistiam em pegar pesado no meu dedinho e no ossinho do dedão.
Lá fui eu... "EEEE ÔÔ vida de gado...povo marcado,ê! Povo feliz!" Segui o rebanho.
Transpus a Dr. Arnaldo e entrei na Paulista... paradinha da silva! Vamos que vamos sem antes ajeitar as malditas tirinhas da sandalinha salto médio. Quanto mesmo ela me custou? Lembrei: foi numa loja de estrada que parei com meu namorido. Tudo bem baratinho! Gastei uns 30 paus. Melhor parar de reclamar antes que as tirinhas arrebentem e aí...nem quero pensar.
As pessoas estavam rindo nos bares à beira da avenida fazendo seu happy hour. Até seria uma boa beber a caipirinha da semana...mas eu tinha de chegar logo em casa.
Numa terceira parada para ajustar as tirinhas da santa sandalinha, pedi pão de queijo no boteco. Que fome que essa andada de quase uma hora me deu...quase uma hora? Caraca!
Apertei o passo e a mordida no pão de queijo.
O trânsito deu uma aliviada já na estação Ana Rosa. Foi quando me atirei dentro de um táxi e supliquei: "Pelamordedeus! Me leva pra casa!"
Ouvi do motorista que a coisa estava feia mesmo. "Sei", respondi tirando as sandálias dos pés.
Mais trânsito nos aguardava... mas pelo menos meus pés latejavam soltos e livres das amarras daquelas tirinhas sacanas.
Enfim... cheguei em casa 30 paus mais pobre, com uma bolha em cada pé, os dedões machucados, cheirando a suor e pão de queijo...
Ao abrir a porta de meu doce lar, um único pensamento me vinha, desta vez como um mantra desesperado: 'Uberaba!!! Aí vou eu!!!'
Sem pretensões, deixo aqui ideias e delírios que transformo em textos e em alguns rascunhos meus.
20 de março de 2010
16 de março de 2010
Da série Caminhos
No Ponto
Se me quero lá, contigo, tenho de criar itinerários.
Não são longos, mas interrompem o caminho certo, que traço todo dia.
Se isso me incomoda? Não... pelo contrário.
Me traz novidade, sentido outro, vontades que excitam minha mesmice de até então.
Por você tudo isso faz todo o sentido.
Falta-me o ponto certo, a hora exata... e a resposta à seguinte questão: afinal, que fretado devo pegar, hein?
Se me quero lá, contigo, tenho de criar itinerários.
Não são longos, mas interrompem o caminho certo, que traço todo dia.
Se isso me incomoda? Não... pelo contrário.
Me traz novidade, sentido outro, vontades que excitam minha mesmice de até então.
Por você tudo isso faz todo o sentido.
Falta-me o ponto certo, a hora exata... e a resposta à seguinte questão: afinal, que fretado devo pegar, hein?
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