14 de abril de 2011

Da série Perdidos

U 2

O U2 esteve aqui e eu não vi.
Só vi a zona que a cidade ficou.
Mas é perdoável. Afinal, é o U2!
Qualquer outro eu não perdoava por chegar em casa uma hora depois que o horário normal.
Mas o U2 eu perdoo.
O mais legal é saber que o povo está conectado na onda.
Tudo bem que a maioria, ao meu lado, no ponto do fretado, tinha dúvidas sobre o nome do grupo irlandês. Mas o que vale é o esforço.
"Quem é que vai fazer show e tá essa loucura?"
"É o U dois"
"Que U dois, seu tonto! É o IU TU!!!"
"IU TU?!!! Kákáká...é IU TCHU, babaca!"
"Para de falar tanta bobagem, gente!"
"E até parece que você sabe alguma coisa sobre esse conjunto americano!"
"Ai! Não é americano! É de um país perto da África, seu burro!"
E assim foi por mais de meia hora até que os ânimos da espera pelo ônibus e a discussão sobre a pronuncia do nome e a origem do U2 pegaram fogo!
Começou uma brigaiada no ponto, que até sapato voo na cabeça de um desavisado.
Eu? Eu me afastei do grupo, caminhei contra o fluxo. Liguei meu MP4 e comecei a cantarolar....
"With or without you...with or without you... "

13 de abril de 2011

Da série A volta dos que não foram

Desafios

Pensa que é fácil ser adulta, ter certeza do que se quer e entender que mudanças fazem parte?
Enganou-se! Difícil à beça compreender como tudo isso faz sentido.
Aliás, mais complicado é acreditar que depois de tantos desencontros, a vida se encaixa tão perfeitamente como aquele sapato gostoso que não provoca calo nem pega no dedinho torto.
Mas é verdade! E muito possível.
No entanto, duro de crer sem deixar que pensamentos outros cutuquem os miolos. Tipo: 'afinal, aonde isso vai pegar?'
Autossabotagem? Mania de perseguição? Ou serão tantas idas e vindas que fazem até o otimismo ficar desconfiado?
O fato é que estou fluindo, sem engasgos nem tropeços, por mais incrível e fantástico que isso possa parecer.
Então, deixo-me ao vento, curtindo a brisa, as cores, sentindo os cheiros, enquanto tudo é claro, límpido e transparente.
Momento mágico do qual me aproprio e insisto em eternizar. Que seja assim, pelo tempo que for. E assim será.

Gostosuras ou travessuras

Quando acordo, início da manhã, com o sono querendo me impedir de levantar, faço força, tomo impulso e me jogo pra fora da cama. Olho pra ele, ao lado, menino grande que suspira e se mexe, meio acordado, meio em sonho.
Fico pensando coisas... 'por que não posso ficar?', 'por que ele não vai comigo?'
Mas quando a gente é assim, adulta, tem essa chatice de responsabilidade... então, ânimo, menina!
Visto a roupa, escovo os dentes, pensando o que fazer para surpreendê-lo hoje. Mas que seja diferente de ontem, se não, bobinha, não é surpresa, né?
Pego a caixinha, formato de coração, e coloco um docinho. Faço um bilhete e digo ali o que queria dizer 24 horas. Nem dá tempo de tomar o iogurte, meu pré café da manhã, porque pressinto que meu ônibus está virando a esquina.
Coloco a caixinha em algum lugar visível, saiu correndo até a rua.
O ônibus chega e subo nele com o coração acelerado.
Sento e espero.... em alguns minutos chegará um torpedo dele, dizendo-me coisas que eu queria ouvir por 24 horas. O previsível indispensável!