9 de agosto de 2009

Da série Reflexão cor-de-rosa

Sei, não...

Existem questões femininas que ainda não foram respondidas em consenso. E provavelmente nunca serão.
As discussões permanecem, é fato, mas por mais que se debatam os temas, ainda fica no ar a dúvida do que pode ser mais certo ou menos errado.
Por exemplo: é de bom tom dar no primeiro encontro?
Se não é... por quê? Talvez pela expectativa já enraizada de que a mulher precisa estar totalmente envolvida, ter o mínimo de sentimento, ternura pelo parceiro. Pessoalmente, discordo. Tem de ter tesão. O resto, se houver, por que não pode aparecer depois da segunda, terceira ou quarta? Aí você deve estar se perguntando: ‘então, você dá na primeira!’ E eu te digo: ‘sei, não...’
Tem também essa: excitar-se vendo duas mulheres transando é indício de homossexualismo?
‘Sim, porque só quem não tem nojo disso – a lésbica – pode sentir prazer’. ‘Não, porque a cena é de muita ternura, toques, trocas sensíveis que as mulheres gostam, mas se vindas de um homem’. ‘Mais ou menos, depende da fase hormonal...’ E vem a sua pergunta: ‘E você? O que pensa sobre?’. E eu te respondo: ‘Sei, não...’
Ainda há questões mais filosóficas e fisiológicas: é bom ou não menstruar? Eu nunca ouvi uma mulher dizer que adora sangrar todo o mês e fica ansiosa esperando o grande dia! É bacana o sentido disso quando se está a fim de engravidar – a menstruação não vem porque houve a fecundação. Mas, perceba.... de novo o momento exclui o sangramento por nove meses e por alguns meses depois do nascimento. Quer saber? Eu detestava menstruar. Me sentia dolorida, irritada, sempre com aquele cheiro estranho de sangue pisado, indócil com meu parceiro, com um treco entre as pernas, sensação de fraqueza, impotência.... E acho que neste tema quase chegamos ao consenso feminino. Só não é unânime ainda porque existem mulheres que se culpam por odiar a menstruação e acabam mantendo o discurso de que isso está associado a ser feminina.... E eu? Eu te digo: ‘Sei, não...”
Mais uma das inúmeras perguntas que não querem calar: é possível ser feliz no casamento, até que a morte nos separe? Olha... se um dos dois morrer cedo, muito provável...
Mas o tempo é danado e acaba mesmo pondo tantas coisas a prova. Mas acho, sim, possível. Só que não daquele jeito idealizado que sonhamos. Antes de qualquer coisa, é preciso entender que ser feliz é algo relativo para cada um. De repente, para uns, é ter alguém sempre por perto, do jeito que for, mas por perto. E, por isso, a tolerância com o outro é infinitamente maior do que aquela pessoa que acha que ser feliz com o parceiro é tê-lo 100% presente no dia a dia, com cumplicidade constante, e aí a tolerância fica menor porque difícil alguém dar conta desses 100%. Enfim... que hay, hay, mas não tanto assim como os recém-casados imaginam, dizendo seu sim, ali no altar. E eu, o que acho? ‘Sei, não...’
Em outra oportunidade volto para abordar mais questões femininas. Aliás, se você tem alguma que gostaria de ler aqui, pode sugerir.

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