19 de abril de 2010

Da série Datas Comemorativas

Índio quer sossego

Hoje é o dia do índio.

E eu nem tenho uma tribo.
Mas comemoro assim mesmo, imaginando-me banhando nas águas frescas de um rio depois de uma caçada bem-sucedida. Mas acho que eu seria uma índia vegetariana... porque morro de pena dos bichinhos mortos. E confesso que não tenho vocação pra arrancar couro e retirar tripas.
À noite eu deitaria na rede e consumiria um chazinho alucinógico leve. Viagens próximas, sem loucuras. Apenas um relax.
Marcaria consulta com o pajé uma vez ao mês para colocar meus demônios pessoais para fora.
Amassaria os grãos para fazer farinha. Mas não me arriscaria no artesanato. Sou péssima.
Faria festas, dançaria para os deuses e me pintaria de urucum.
Aproveitaria para criar lendas e ganharia a vida como contadora de histórias para curumins.
Mas eu me vejo é no meio dessa cidade cinza e árida, em que o branco é quem manda e manda tudo de um jeito torto.
Ah... como eu queria fazer - nem que fosse só hoje - um programa de índio...

Um comentário:

Tita disse...

Sentiríamos ou pensaríamos menos em um dia de índio? Ou na volta ficaríamos loucas de tanto pensar?
Cris