8 de janeiro de 2010

Da série Inesperado

Um sopro
Ah, destino safado!
Que danado que você é, hein?
Me fez acreditar por um tempão que as coisas ficariam assim, mornas.
Eu achando que a vida não me reservaria nenhum sobressalto que me fizesse pulsar mulher de novo, do jeito que me gosto ao pulsar.
Que jogo foi esse que fez comigo? Todos os sinais, as direções... como se sem rumo, em vão.
Aí, quando estou mais que conformada, tentando lidar com a morníssima mesmice, você me toma de supetão e me coloca em outro lugar.
Sim, em outro lugar, onde o ar, que preenche meus pulmões, tem cheiro de jasmim.
Minhas noites estão mal dormidas, mas porque pensamentos outros, de emoção e ternura, roubam o sono e ficam a embalar-me até a madrugada romper.
Eu não me lembrava mais como era ser-me assim. Como era acordar e dormir pensando em alguém.
Tinha esquecido o frio na barriga, a irregularidade do compasso do coração, as mãos frias só de imaginar que estou pronta a debutar de novo para um romance apaixonado e que me olha desse jeito, com olhos azuis e sorriso de menino.
Não sei, destino, o que vai dar. Porque você é tão inconstante que desisti de entender. Mas não desisti de viver.
Por isso, aceito a surpresa, acolho esse novo que chega acompanhando um ano que acabou de começar.
E mais do que nunca tenho a certeza de que tudo estava aqui, em stand by, adormecido. Faltava apenas aquele sopro divino. Hora de ressuscitar.

Pra você, Lindinho, que chegou assim, tão de mansinho...

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