Fazendo amigos, influenciando pessoas...
Conheci gente nova nestas férias.
Umas bem interessantes, outras nem tanto.
De qualquer forma, são rostos e ideias diferentes para assimilar ou descartar.
Mas aqui vou falar de três seres que caminham juntos e que cruzei por aí.
Nunca trocamos palavra. Mas nos olhamos e sorrimos, como que cúmplices de alguma coisa.
Eles são corpulentos e, ao mesmo tempo, ágeis. E aparecem em determinados períodos do dia, como bem cedinho, quando coloco meu par de tênis novos e vou caminhar ligeiro pelas ladeiras bem generosas de Itatiba.
Te disse que são três amigas? Confesso que não sei ao certo. Nem sei também se são mulheres mesmo. Mas que caminham juntas, disso eu tenho certeza. Não se largam, como as meninas pré-adolescentes que, de mãos dadas, alegremente voltam da escola, contando segredos e rindo baixinho.
As tais ficam mais de costas do que de frente para quem passa. Só olham de cantinho pra mim - pelo menos assim imagino -, que curvo a cabeça cumprimentando-as solenemente. Sim, porque as admiro. Muito. E por pouco não as invejo.
Não as invejo hoje, quando me sinto como elas: livre e muito leve. Mas as invejaria se as encontrasse em um outro tempo - aquele que deixei para trás, há alguns meses.
Nas vezes em que nos cruzamos, as meninas meio que cochilavam e meio que curtiam o sol, queimando-lhes a pele, aquecendo-as da água fria do rio.
As pedras, onde se aconchegam, estão completamente esverdeadas tamanha umidade. Mas elas não se importam e ali permanecem por horas.
Paro alguns minutos para admirá-las, até que uma delas, querendo exibir aquele corpão queimado e molhado, mergulha no rio e vem em minha direção, fazendo sons que não sei reproduzir. Ela me vê na ponte, sobre sua cabeça, e acena com as orelhas. Sim, com as orelhas. Coisa que, se você não sabe, eu também sei fazer.... isso que é cumplicidade! Eu as entendo, elas me olham, nossas orelhas se falam, enquanto para elas, capivaras, o rio flui e as leva com a correnteza, sem destino ou compromisso. Deste lado, em cima da ponte, o vento que sopra também me manda para outros caminhos, novos desejos e uma vontade incontrolável de nadar pela vida e recostar em pedras úmidas, com o sol me aquecendo, enquanto mexo as orelhas para dizer 'bye, bye'...
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