12 de janeiro de 2011

Da série Virada - II

Pacotembrulho

Minha gente, estou de mudança!
Caixas por todo o lado.
Não encontro mais os copos.
Bebo no gargalo mesmo, sem problemas.
Nessas faltas é que me acho.
Percebo quão pouco uso daquilo que sei - minha real bagagem.
Já empacotei os livros - e reli a minha história enquanto checava capa por capa.
Também separei os CDs que ficam comigo, minhas joias raras ("aquele do dia em que.... aquele que me lembra a... o que foi importante quando...")
E as fotos, então? Rasguei muitas e salvei tantas. Mas, só as que, de fato, me retratam.
Da minha casa o que importa é a conquista que ela representa. Isso, sim, não tem como empacotar. Fica ali, no peito, alimentando-me.
Do meu quarto vai só um quarto: o restante, construiremos juntos. Assim as aves fazem com seus ninhos. 
Deixo fogão, máquina de lavar, televisão, armários... parece tanto... e não é nada. Porque ganhei vida nova.
Agora estou na fase de encaixotar lembranças. Essas, sim, me ocupam.
Depois farei aquela faxina, desprendedo-me de prateleiras que não me sustentam mais.
Porque eu sei que um lugar novo me espera. No coração dele e na minha alma.

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