2 de janeiro de 2011

Da série Virada

Sem essa de ano novo...

As pessoas gostam de fazer planos, traçar metas... eu também era assim, até dia 31/12 de um ano recente, quando prometi que não seria mais. Vou atrás daquilo que meu coração apontar e minha cabeça acenar positivamente.
Tenho, como todo mundo, os panos de fundo - ou planos de fundo. Mas a minha objetividade, que se expressa mais e mais a cada dia, é clara quando indica que meu plano maior é igual ao de todo mundo: ser feliz.
Já entendi que por mais que eu pense, elabore, equacione... as coisas nunca são como no meu roteiro.
Mas no final, cedo ou tarde, elas acontecem, mesmo quando já não creio.
Assim, mais leve, me libero dessa coisa chata de fazer balanços. Não que eu não os faça. Mas é diferente. Bem diferente. Não fico lamentando o não realizado dentro do que planejei. Fico feliz - e muito - pelas conquistas - previstas e imprevistas - que a vida me deu, sendo que bem sei que fui a principal autora delas, porque me abri para recebê-las. Afinal, livre de equações e estratégias pré-prontas, posso transitar no destino com menos estreiteza e deixar que as pessoas e os fatos, o acelerar do coração e o acenar da cabeça, guiem meus passos soltos.
Esse foi o meu aprendizado pessoal dos últimos anos. É bom pra mim que seja desse jeito. Talvez, pra você, não sirva, fique pequeno ou grande demais. Porque essa é a outra coisa que eu aprendi: cada um tem o seu tamanho e sua forma. Não dá pra moldar todo mundo do mesmo jeito. Pode ser super óbvio - e é. Mas, na prática, estamos sempre querendo que o outro pense e aja como a gente. Pura ilusão. E que bom que é ilusão. Olhando a forma e o conteúdo do outro, posso aprimorar a minha e aprender mais. A diversidade é bem por aí e faz todo o sentido quando olhamos o outro como diferente de nós. E que assim sempre seja.
Não vou também falar que o ano novo trará isso ou aquilo. Ele trará o que eu puder carregar comigo. O que pesar, dispenso.
Vivemos num tempo em que tudo - absolutamente tudo - tem uma resposta. Você discorda? Pois coloque qualquer tema no Google e veja tudo o que aparece. E mais: você pode escolher a explicação que se adeque aos seus interesses. Porque, no Google, a verdade não é única nem absoluta.
Explico: eu estava, por exemplo, com uma sensação incômoda no olho esquerdo. Fui olhar e descobri uma bolinha sutil na pálpebra. Algo como o começo de uma espinha. Deduzi ser terçol. E como tratá-lo? Fui pro Google e ele me trouxe N saídas e conceitos a respeito. Entre a que dizia que terçol é contagioso e a outra que afirmava que não é, fiquei com a segunda. Também vi a opção de pomadas para passar no local e outra caseira, de compressas no olho com água morna. Tinha também a cirúrgica - ir logo ao oftamologista para retirar o nódulo. Optei por compressas. E assim é a vida para mim hoje. Não existe um jeito, uma resposta única, uma  verdade absoluta. O meu momento, o meu desejo, a minha necessidade é que ditam aquilo que é bom para mim. Se são as melhores escolhas, aí já é outra conversa. Mas de fato, atualmente, o que tem valor é saber que são as MINHAS escolhas, sejam no Google, sejam na forma como vou encaminhar uma conversa, tomar uma decisão, optar por este ou aquele caminho.
Assim, 2011 será um ano em que o que vai valer é o que de fato me faça bem e que possa contribuir, de alguma forma, para que quem está comigo também usufrua um pouco - ou bastante - desse bem-estar que quero me presentear todos os dias.
Se vou conseguir, também não sei. Não me preocupo com isso, nem um pouco aliás. Não quero dar espaço aos "talvez" porque estes sim sugam energias que podem ser usadas para as verdadeiras buscas e os bons encontros.
E não esperem que no final de 2011 eu faça balanços e tire conclusões sobre o que foi e o que será. Porque, pra mim, o todo dia é que tem real importância. Mas cada dia a seu tempo.
Por hoje é só. Por hoje, um feliz dia 2 para você. Agora, com licença, porque vou cuidar do meu terçol fazendo compressas, mas devagar...

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